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quarta-feira, 3 de março de 2010

coração vazio




Invento facas que cortam paisagens

Com a força dos meus hábitos bem lubrificados minha natureza enfraquecida se esquece

Da milenar trajetória feita de intrépidos sustos e instintiva coragem.

E da promessa de ser anjo um dia em preciosas paragens

Invento facas todos os dias e lhes consagro alta precisão

Com elas corto as paisagens que nascem no frescor da manhã.

Corto-as solenemente, não existe nada que faço com mais afeição

Adoro interromper o novo

De novo

E de novo

Antes, como haveis de supor (sempre há os que querem entender...)

“ Certifico-” milímetro por milímetro: As paisagens que se fatiam pelo fio da faca, se são originais, se possuem o perfume do agora, (disso não abro mão) Adoro viver em segurança.

Pular de um segundo para outro

Sempre confortado pelos braços do conhecido que estão sempre lá.

M@ioni

Um comentário:

Soraia disse...

Linda poesia.
O ja presente é mais confortável,mas o novo é sempre mais instigante,curioso.
Dá medo,mas viver é estar em constante estado de alerta.
Lindo,lindo.