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domingo, 12 de julho de 2009

Olhar inocente




O que vê o olhar inocente quando olha para mim
Quando passo presentificando  todos os ontens?

O que desperta ao inocente olhar á imagem opaca desse eu
O que há para ser mirado?
pela orla da cratera desse intumescido breu!

Um baú que transborda passado estorvando o agora?
Que ignora a vida explodindo a cada segundo em clareiras?

Prisão dolorida é a memória!

Embalsamado pela tintura do desviver observo cabisbaixo
O olhar inocente está ali, sem nada pedir...
Apenas feito espelho a refletir
Como luar banhando-se no lago.

Casos mal solucionados,
que conservo como colcha de remendos
Porque teimamos?
Porque remoemos?

O que vê o olhar inocente quando olha para mim?
Vê como se olha o instante
Que se recria em inusitada beleza
Pureza de diamante
Juízo em suspensão
Feito de espera e
grandeza.

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