
De onde vem essa menina que doma dragões?
Ele que apavora com seu lançador de chamas?
Desde o fundo dos tempos?
Do magma berço da alma?
Sol vermelho nas tardes de cercanias queimadas?
Ali, diante dela, seus grandes olhos se apalermam, prostra-se em pura obediência.
De onde vem, indômita domadora, De olhos tão encantados,
Encurraladores?
Ah! Se pudesse trazer-lhe um ramo de flores, dessas que crescem no alto da montanha...
Para que pesadas garras?
Nunca mais negras fumaças encobrindo horizontes.
Fitá-la... Fitá-la, sentir seu hálito... Como seria bom se o mundo acabasse assim
O dragão devaneia... Quer reparar danos
Quer virar anjo.
De onde vem essa menina cujo atrevimento machuca?Como queima o desejo de sentir sua ternura!
Ele, oriundo de tempos ignotos, fonte primeira das tormentas, ira dos deuses, fonte dos mitos!
Voltar a sentir-se como dragão? Afasta rápida tal idéia!
A menina de olhos de mar bravio fita-o sério.
Taciturno perpassa sua vida de atrocíssimas lembranças. Treme e busca o refúgio final em si mesmo.
Abandona-se ao acalento daqueles olhos que acordou em seu recôndito a chama de outro fogo, o fogo do amor.
Um comentário:
Em meio a lágrimas de emoção, só posso te dizer que é lindo o que acabei de ler.
Vida.
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