O DESEMBARQUE
Foi num dia desses comuns que ele desembarcou na vida.
Como pássaro arisco ao alçapão , desvencilhou-se do útero,
Fitou a todos com seus olhinhos de inauguração:
Círculo parental
Partidos,
Leques de denominações com seus caminhos rumo a felicidade,
Sistemas,
Gremiações,
Engrenagens com seus sensos-comuns tradicionalmente azeitados.
Estavam todos ávidos ,
Com suas setas milimetricamente norteadoras suspensas no ar.
Num segundo momento:
Assim como a semente rompe a terra em busca de luz ele olhou para a mulher que o amamentava.
Na escuridão do dia, uma tênue chama brilha e resiste no silêncio as expectativas especiosas
Certos momentos são singulares,
Trazem qualquer coisa de doida,
De estranhamento,
De possibilidade de quebra paradigmática.
Um comentário:
Boa noite Fernando, bela poesia!Fiquei emocionada com a sensibilidade de seus versos,parabéns!Abraços, e um ótimo fim de semana.
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