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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Nada será como antes

De onde vem essa menina que doma dragões?

Ele que apavora com seu lançador de chamas?

Desde o fundo dos tempos?

Do magma berço da alma?

Sol vermelho nas tardes de cercanias queimadas?

Ali, diante dela, seus grandes olhos se apalermam, prostra-se em pura obediência.

De onde vem, indômita domadora, De olhos tão encantados,

Encurraladores?

Ah! Se pudesse trazer-lhe um ramo de flores, dessas que crescem no alto da montanha...

Para que pesadas garras?

Nunca mais negras fumaças encobrindo horizontes.

Fitá-la... Fitá-la, sentir seu hálito... Como seria bom se o mundo acabasse assim

O dragão devaneia... Quer reparar danos

Quer virar anjo.

De onde vem essa menina cujo atrevimento machuca?Como queima o desejo de sentir sua ternura!

Ele, oriundo de tempos ignotos, fonte primeira das tormentas, ira dos deuses, fonte dos mitos!

Voltar a sentir-se como dragão? Afasta rápida tal idéia!

A menina de olhos de mar bravio fita-o sério.

Taciturno perpassa sua vida de atrocíssimas lembranças. Treme e busca o refúgio final em si mesmo.

Abandona-se ao acalento daqueles olhos que acordou em seu recôndito a chama de outro fogo, o fogo do amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em meio a lágrimas de emoção, só posso te dizer que é lindo o que acabei de ler.
Vida.